sábado, 21 de janeiro de 2012

Vomitar é desperdício





        Quem conhece Clarice Lispector, sabe que ela não escreve para fora, ela escreve para dentro, lida com uma literatura intimista, a crítica na época de suas primeiras publicações, classificava os livros de Clarice como “literatura feminina”, ou seja, literatura de mulher. E Isto é bom? É péssimo. As mulheres sempre sofreram e ainda sofrem muito preconceito na literatura, que é considerada, muitas vezes, uma literatura menor.

        Achou-se por um tempo que Clarice escrevia sobre o universo pessoal da mulher, quando na verdade era sobre o universo pessoal de todo ser humano, sobre o desassossego no fundo de todas as almas, sobre a angústia de todos os prazeres. A escritora sempre muito julgada por escrever histórias sem enredo resolve responder a crítica justamente no ano de sua morte (1977). É Neste ano que ela publica:

“A HORA DA ESTRELA”

                    [...] na certa morreria um dia como se antes tivesse estudado de cor a      representação do papel de estrela. Pois na hora da morte a pessoa se torna brilhante estrela de cinema, é o instante de glória de cada um [...]

      A Hora da Estrela é o único romance de Clarice que tem enredo, apesar de o enredo não ser o mais importante, e sim o universo íntimo das personagens, ela faz uma história com enredo, faz uma história com denúncia e faz, como diz o próprio narrador, uma história com barulho de chuva caindo.

     Dentro do livro se encontram três dramas. Existe o drama do Rodrigo S.M. , que fala de início sobre a existência de um empecilho na sua narrativa. Como é que sendo um burguês contaria a história de uma alagoana pobre? Bom, segundo ele, para isso, deveria ficar sem tomar banho, não comer nada de sofisticado e ficar sem fazer sexo. Esta era a única maneira de estar pronto para receber a Macabéa, ele tinha que se transformar nela. Clarice nos pergunta através de Rodrigo como representar o pobre sem enriquecer a linguagem. Impossível.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um pequeno recorte da música em 2011 no Brasil

Em 2011 o Brasil consolidou-se como parada obrigatória para o mais alto escalão de artistas internacionais. E teve para todos os gostos: U2, Amy Winehouse, Paul McCartney, Katy Perry, Peter Gabriel, Ringo Starr, Shakira, Tears For Fears, Aerosmith, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Britney Spears e a lista ainda segue longe.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

2011

“O ano foi bom ou ruim?”, essa é a pergunta que qualquer um faz quando chegamos na época das festas que celebram a passagem para um novo ano. Sinceramente, acredito que posso fazer uma análise sobre minha vida e o que aconteceu nela, assim como todas as outras pessoas podem. Contudo, não será possível analisar como foi a evolução ou a involução da sociedade, pois ninguém possui a capacidade para avaliar os acontecimentos que se passaram no globo, fazer um balanço e classificá-los de uma forma geral, em bons ou ruins.



Até mesmo alguns acontecimentos isolados são difíceis de ser analisados. Por exemplo, dizer que a posse da presidente Dilma é um marco histórico, por ser a primeira mulher a governar o país, é inegável, mas dizer se isso vai ser bom para os cidadãos a longo prazo é impossível (não, pois quem manda e desmanda é o mercado).

E o que dizer sobre os desastres naturais?

A única coisa que podemos concluir sobre as enchentes no começo do ano no Brasil é que elas existem desde o Brasil colonial e muito pouco foi feito pelos governos para que isso não se repetisse nos anos seguintes, passando por 2011 e chegando em 2012. Prevejo que em breve, infelizmente, veremos (já vimos alguns) os desastres se repetirem e as velhas frases como “isso foi uma fatalidade”, também; fatalidade é o descaso do governo sobre o assunto.