Como nunca antes, vivemos hoje em mundo completamente interligado. A dita globalização, da qual supostamente fazemos parte, enquanto seres humanos, tem como principal característica o tempo e espaço reduzidos. Tudo o que acontece no mercado financeiro, na política nacional e internacional, com o meio ambiente, etc. é repassado a uma velocidade incrível e pode interferir direta ou indiretamente nas sociedades ao redor do globo.
A grande verdade, como já dizia Milton Santos e outros estudiosos da área, é que essa globalização pode ser encarada como perversa, pois, antes de tudo, prioriza o lucro e a sustentação do poder de uma minoria em detrimento da condição humana. Com isso, se produz cada vez mais a desigualdade social e a deterioração da identidade e cultura das populações.
Muitos assuntos poderiam ser explorados em cima desse tema. Poderíamos falar da tirania do dinheiro, do papel essencial da tecnologia da informação no fortalecimento dessa globalização, da mídia, dos jogos de poder envolvidos, entre outros. Contudo, por enquanto, acho pertinente tratar de um assunto que engloba um grande número de acontecimentos recentes ao redor do mundo, inclusive no Brasil, e que é um elemento essencial dessa perversidade sistêmica: as fronteiras.