quarta-feira, 28 de março de 2012

Expansão, Porém sem Estado-Mínimo

Aproximadamente duas semanas atrás, instituições geridas pelo governo nacional, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, anunciaram um reescalonamento de tarifas bancárias. Sendo respeitados prazos de contratos firmados, as modificações serão executadas com o tempo e os clientes pagarão valores significativamente menores aos serviços bancários.

Uma semana antes do anúncio dos bancos nacionais, o banco dos bancos, Banco Central do Brasil, reduziu a taxa Selic em 0,75%. De 10,5% chegamos a um dígito de juros básico, 9,75%. Certamente essas alterações nas tarifas bancárias são uma consequência da decisão do BACEN. Até o momento demais bancos populares (gestão privada), Bradesco, Itaú, Santander, não anunciaram qualquer alteração dessa natureza.





Com razões para acreditar que a inflação irá convergir para a meta do governo: 1) Substituição de dados alarmistas do IPCA no acumulado de 12 meses. 2) Paralisação do período de alta volatilidade das bolsas de valores, o que contribuía para os dados alarmistas. 3) Dólar desvalorizado aliado a competição interna entre produtos nacionais e importados, não da pra apostar em grande aumento de preços visto a situação da industria brasileira; É possível acreditar em novas reduções do juros básico nas próximas reuniões, pelo menos o governo terá campo para realizar esse tipo de operação.


Dado continuidade a esse patamar veremos no ano de 2012 uma disputa interessante entre os principais bancos que operam no país. Graças à indução do Estado em promover o reescalonamento de tarifas via bancos geridos por ele, o mercado privado terá que conviver com o capitalismo estatal. Bradesco, Itaú e Santander deverão encarar o trade-off (manutenção de tarifas vigentes X perda de clientes).


Espera-se que o Banco do Brasil tenha potência suficiente para arranhar seus rivais no mercado. Acredito que a diminuição das tarifas trará um enorme benefício a todo sistema financeiro brasileiro, visto que as tarifas estão em overdose. Não há uma explicação razoável, tirando a dos gestores do banco, para operar com pacotes de quase R$ 20,00 por mês em clientes que recebem entre R$2.000,00 e R$ 3.000,00, o cheque especial gira próximo de agiotagem e as taxas de 8 casas decimais passam por cima da compreensão dos clientes PF. O melhoramento do crédito de forma responsável, como está sendo feito, só tende a potencializar o sistema econômico, ele (o crédito) é o grande motor do sistema.


Por fim, quanto ao problema dos inadimplentes há ressalvas dos dois lados: Se os bancos não estiverem convencidos que eles poderão tomar o risco, eles não o tomarão, consequentemente o custo das operações aumenta. Em contrapartida, o alto custo gera um ciclo vicioso para os clientes, os quais muitas vezes necessitam dos serviços bancários e depois gastam um enorme tempo para saudar a dívida.


Estamos iniciando um novo período de expansão monetária em que o multiplicador bancário está sendo estimulado a ampliar nossos saldos. Esse assunto retornará a partir do momento que o sistema tributário brasileiro interromper a expansão. Espero que a ideologia do Estado Mínimo não ressuscite.



Qualquer dúvida ou sugestão escrevam.


Guilherme Calil Olivetti

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