quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Não Adianta só Trocar o Bastão



De modo geral (grosseiramente), o comércio foi o “grande meio” que possibilitou aos Estados da Europa Ocidental exercer uma hegemonia territorial por todo planeta até a ascensão de outras nações, ressalta-se os Estados Unidos. O sistema elaborado pelos homens na época a serviço dos Estados permitiu, devido a sua indubitável flexibilidade, a criação de instituições ou empresas mais poderosas que os próprios Estados. Surge então o antagonismo de poder entre os dois blocos quanto ao comando da economia.

Seria fácil identificar o melhor caminho se as retrações econômicas do período fossem justificadas somente pela ausência ou excesso de participação do governo no plano econômico. Porém, ocorreram, por toda história, desajustes socioeconômicos dramáticos em variados locais do mundo ocasionados ora pela pujança empresarial ora pelos governos, expansionistas, ditatoriais e/ou corruptos. 

 A crise financeira mundial iniciada no fim de 2007 provocada pela especulação violenta de agentes financeiros somada à corrupção das agências classificadoras de risco sugere, no atual momento, uma retomada da participação do Estado como controlador da economia de uma nação. O que já é possível ver no horizonte?


Primeiramente temos uma espécie de “repetição” histórica de governos protecionistas com a finalidade de garantir a autonomia das empresas nacionais nos competitivos mercados interno e externo. Inglaterra, Estados Unidos e demais países europeus vêem os atuais emergentes repetirem o mesmo processo utilizado anteriormente. Embora haja uma grande diferença no grau de proteção, por exemplo China e Brasil, não se pode negar sua existência. Elevação de impostos para importados, intervenções (ou manipulações criminosas) no mercado de cambio comprovam o papel atuante dos Estados. No ano passado, o ministro da fazenda Guido Mantega afirmou que a nova guerra mundial já chegou e está sob forma de guerra cambial.

União Européia e Estados Unidos também atuam fortemente em medidas protecionistas, porém, o elevado desemprego que assola as regiões faz com que essas medidas tomem outra forma.

Retomando a idéia dos dois parágrafos anteriores, U.E e EUA vem sofrendo substituições de seus governantes, uma mistura sem controle entre direita e esquerda em vários países, revelando a vontade popular de mudança a qualquer custo. Enquanto isso, as populações dos países emergentes vêem garantindo a manutenção de seus governantes (exceção da China). Mesmo com taxas expressivas de analfabetização, pouca qualificação do trabalhador e péssima distribuição de renda, os governantes emergentes descobriram que o pão (um pouco mais recheado) e circo ainda bastam para se manterem no poder.


Finalmente, o principal mercado de captação de recursos, o sistema financeiro, continua sólido. Agora sobre indução estatal, seja por meio da compra de ações majoritárias de S.A’s ou bancando financiamentos através de bancos nacionais para influenciar em decisões de empresas, o sistema continua sem nenhum controle por uma instituição mundial, se é que isso será possível um dia. Logo, cada país em nome de sua individualidade deverá patrocinar captações de recursos astronômicas, talvez algum agente do sistema elabore alguma invenção financeira, comprovada pela matemática, a ciência que representa precisão e perfeição e, novamente, interpreta-se errado o processo civilizatório, tentando quantificar os homens, seres subjetivos cobertos de emoções e ideologias, por sinal, ainda bem.


Essa tentativa bastante pretensiosa em “prever o futuro”  apresentada acima nada mais é que a lamentação pessoal de alguém que gostaria de viver alguma mudança de paradigma antes de morrer. O genial Adam Smith falou uma vez a respeito da mão invisível, resultando na única interpretação que empresários matemáticos fizeram do autor durante anos. Estes deveriam lembrar que o mesmo Adam Smith discorreu por vezes a respeito do trabalho, considerando – o como valor real e preciso de medição.




Qualquer dúvida ou sugestão escrevam.

Guilherme Calil Olivetti   

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